"As
Escrituras Sagradas tem um sentido que é aparente à primeira vista, e um outro
que a maioria dos homens não percebe. Porque são escritas em forma de certos
Mistérios, e à imagem de coisas divinas. A respeito do que há uma opinião em
toda a Igreja, que toda a Lei em verdade é espiritual, porém que o sentido
espiritual da Lei não é conhecido a todos, mas apenas aqueles que receberam a
graça do Espírito Santo na palavra de sabedoria e
conhecimento". Assim, os primeiros cristãos sabiam que dois tipos de
pessoas se achegariam ao cristianismo, um tipo sem o toque pneumático, e,
portanto, incapaz de aproximar-se da salvação pelo conhecimento e pela
sabedoria dos Mistérios, mas possuindo apenas capacidade de assimilar pela fé o
lado superficial da Lei; o outro tipo, tocado pelo dom pneumático, pela
centelha-espírito, que possuiria plena capacidade de assimilar os conhecimentos
e a sabedoria dos Mistérios divinos e descer ao nível profundo e espiritual da
Lei, podendo gozar de completa iluminação e redenção." Orígenes " De Principiis"
Mestre Jesus, o Cristo, começa com o sofrimento
psíquico antecipado no Getsêmani, onde ele se sente terrivelmente solitário e
sem o apoio de seus discípulos. No desenrolar dos acontecimentos, segue-se a
traição de um discípulo e a fuga dos outros quando se sentem ameaçados.
Cristo é escarnecido e insultado pela multidão enfurecida, representando as paixões dos homens que sempre zombam da natureza divina.
Depois ele é açoitado e espancado pelos soldados, que são os condicionamentos da natureza inferior que seguem as ordens de nosso inconsciente, sempre preocupado com a manutenção do status quo de nossa vida mundana.
O julgamento é feito por Pilatos, o governante da ordem exterior, que simboliza a personalidade. Mestre Jesus é devidamente apresentado como aquele que procura subverter a nação e, quando interrogado por Pilatos, confirma que é o Cristo, rei da natureza humana.
A personalidade, ao lavar as mãos, procura, como sempre, justificar-se alegando não ter culpa por condenar um inocente, pois está atendendo ao clamor da plebe (as paixões) e à recomendação dos sacerdotes, os líderes da natureza inferior, que representam o egoísmo, a ignorância, o orgulho e a ambição.
Seguindo a tradição, Pilatos pergunta ao povo se prefere a libertação de Jesus ou do criminoso Barrabás.
As paixões pedem a crucificação da natureza divina e a libertação do criminoso com o qual, em sua ignorância, identificam-se. Porém, Barrabás significa, em aramaico, o filho do pai. Portanto, a natureza inferior, mesmo com a conivência da personalidade, jamais conseguirá matar o Cristo.
Ao exigir a libertação do usurpador Barrabás, estará simplesmente permitindo que o filho do Pai celestial, que é a alma ignorante de sua verdadeira natureza, continue a vagar pelo mundo até redimir-se de todos seus crimes contra a grande Lei para, então, retornar à casa paterna como o Cristo triunfante.
O relato da paixão de Jesus representa a via crucis de todos os que passam pela quarta iniciação: devem morrer para o mundo para alcançar a consciência permanente do Reino de Deus, a consciência da vida eterna. O Irmão Paulo descreve essa experiência: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2:19-20).
É interessante notar que a crucificação tem lugar no monte Gólgota, ou calvário, que significa a caveira.
A culminação dessa importante iniciação ocorre mais uma vez num monte, uma clara indicação de um estado elevado de consciência.
O Golgota representa o crânio humano, o lugar físico onde a consciência divina é crucificada. Jesus, expressando a consciência divina, é crucificado entre dois malfeitores, um dos quais seria o bom ladrão (Lc 23:39-43).
Os dois ladrões simbolizam os dois aspectos da mente, um dos quais se volta para o alto e segue o Salvador rumo ao Reino dos Céus.
O túmulo na rocha no qual Jesus teria sido enterrado é também outra representação de que o Cristo espiritual é enterrado no plano mais denso da manifestação, o plano físico, de onde só é libertado após cumprir sua missão terrena.
É dito no Credo dos Apóstolos que, após a morte, Jesus “desceu ao inferno e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.” Na Bíblia é dito que: “Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão” (1 Pd 3:19).
Para os antigos o inferno não tinha a conotação de tormento eterno estabelecida mais tarde pela igreja. O inferno era tido como uma região ou lugar oculto, o Hades dos gregos, enfim, um submundo habitado pelas pessoas que deixavam o corpo físico para trás. Essa passagem pode ser interpretada de duas formas: uma psicológica e outra esotérica.
A conotação psicológica é que o iniciado só pode alcançar a libertação quando desce ao inferno de seu inconsciente e liberta seu lado sombra. Ele só pode ser livre quando não existirem mais condicionamentos inconscientes em sua natureza inferior.
A interpretação esotérica é que todo iniciado deve descer ao mundo astral e levar a luz e a esperança para as almas atormentadas pelo remorso dos erros cometidos quando encarnadas no mundo.
A morte e a ressurreição do Cristo representam alegoricamente a quarta iniciação. O que morre não é o corpo físico, mas o sentido pessoal de separatividade.
O que ressurge dos mortos é a alma agora consciente da unidade com o Todo e com todos os seres. A partir desse momento a alma pode deixar o sepulcro terreno, que é o corpo físico, sem nenhum lapso de consciência e entrar nas regiões superiores do mundo celestial.
A vivência da unidade confere ao iniciado uma profunda compaixão.
Cristo é escarnecido e insultado pela multidão enfurecida, representando as paixões dos homens que sempre zombam da natureza divina.
Depois ele é açoitado e espancado pelos soldados, que são os condicionamentos da natureza inferior que seguem as ordens de nosso inconsciente, sempre preocupado com a manutenção do status quo de nossa vida mundana.
O julgamento é feito por Pilatos, o governante da ordem exterior, que simboliza a personalidade. Mestre Jesus é devidamente apresentado como aquele que procura subverter a nação e, quando interrogado por Pilatos, confirma que é o Cristo, rei da natureza humana.
A personalidade, ao lavar as mãos, procura, como sempre, justificar-se alegando não ter culpa por condenar um inocente, pois está atendendo ao clamor da plebe (as paixões) e à recomendação dos sacerdotes, os líderes da natureza inferior, que representam o egoísmo, a ignorância, o orgulho e a ambição.
Seguindo a tradição, Pilatos pergunta ao povo se prefere a libertação de Jesus ou do criminoso Barrabás.
As paixões pedem a crucificação da natureza divina e a libertação do criminoso com o qual, em sua ignorância, identificam-se. Porém, Barrabás significa, em aramaico, o filho do pai. Portanto, a natureza inferior, mesmo com a conivência da personalidade, jamais conseguirá matar o Cristo.
Ao exigir a libertação do usurpador Barrabás, estará simplesmente permitindo que o filho do Pai celestial, que é a alma ignorante de sua verdadeira natureza, continue a vagar pelo mundo até redimir-se de todos seus crimes contra a grande Lei para, então, retornar à casa paterna como o Cristo triunfante.
O relato da paixão de Jesus representa a via crucis de todos os que passam pela quarta iniciação: devem morrer para o mundo para alcançar a consciência permanente do Reino de Deus, a consciência da vida eterna. O Irmão Paulo descreve essa experiência: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2:19-20).
É interessante notar que a crucificação tem lugar no monte Gólgota, ou calvário, que significa a caveira.
A culminação dessa importante iniciação ocorre mais uma vez num monte, uma clara indicação de um estado elevado de consciência.
O Golgota representa o crânio humano, o lugar físico onde a consciência divina é crucificada. Jesus, expressando a consciência divina, é crucificado entre dois malfeitores, um dos quais seria o bom ladrão (Lc 23:39-43).
Os dois ladrões simbolizam os dois aspectos da mente, um dos quais se volta para o alto e segue o Salvador rumo ao Reino dos Céus.
O túmulo na rocha no qual Jesus teria sido enterrado é também outra representação de que o Cristo espiritual é enterrado no plano mais denso da manifestação, o plano físico, de onde só é libertado após cumprir sua missão terrena.
É dito no Credo dos Apóstolos que, após a morte, Jesus “desceu ao inferno e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.” Na Bíblia é dito que: “Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão” (1 Pd 3:19).
Para os antigos o inferno não tinha a conotação de tormento eterno estabelecida mais tarde pela igreja. O inferno era tido como uma região ou lugar oculto, o Hades dos gregos, enfim, um submundo habitado pelas pessoas que deixavam o corpo físico para trás. Essa passagem pode ser interpretada de duas formas: uma psicológica e outra esotérica.
A conotação psicológica é que o iniciado só pode alcançar a libertação quando desce ao inferno de seu inconsciente e liberta seu lado sombra. Ele só pode ser livre quando não existirem mais condicionamentos inconscientes em sua natureza inferior.
A interpretação esotérica é que todo iniciado deve descer ao mundo astral e levar a luz e a esperança para as almas atormentadas pelo remorso dos erros cometidos quando encarnadas no mundo.
A morte e a ressurreição do Cristo representam alegoricamente a quarta iniciação. O que morre não é o corpo físico, mas o sentido pessoal de separatividade.
O que ressurge dos mortos é a alma agora consciente da unidade com o Todo e com todos os seres. A partir desse momento a alma pode deixar o sepulcro terreno, que é o corpo físico, sem nenhum lapso de consciência e entrar nas regiões superiores do mundo celestial.
A vivência da unidade confere ao iniciado uma profunda compaixão.
Fraternalmente - Jesus عيسى Mihu Omnia - السلام عليكم, nʌmʌsˈte नमस्ते
Anubys
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